A Gastroplastia Endoscópica chega como a mais nova e moderna opção terapêutica contra a obesidade, antes composta basicamente por medicamentos, balão intragástrico e as cirurgias bariátricas convencionais. A liberação para uso comercial do dispositivo que permite a sutura endoscópica, chamado Overstitch® foi na verdade uma revolução na endoscopia mundial. O médico endoscopista passou a poder dar “pontos" totalmente por endoscopia, antes exclusividade do cirurgião. Liberado no Brasil pela ANVISA no final de 2016 o Apollo Overstitch®, um aparelho composto de agulha e fio conectados a um aparelho de endoscopia especial (conhecido como “duplo canal”) totalmente controlado pelo médico. Esse aparelho permite que o endoscopista costure o estômago criando um tubo gástrico que diminui o volume gástrico pela metade, é a chamada “bariátrica endoscópica”. Porém, o termo mais apropriado é Gastroplastia Endoscópica ou Endosuturagastrica (ESG).
Outra possibilidade é a utilização desse dispositivo em pacientes operados de cirurgia bariátrica convencional e estão reganhando peso, podendo através dos pontos por endoscopia reduzir o estômago “dilatado”. Apesar de novo no Brasil, no mundo já foram realizados aproximadamente 4.000 cirurgias até dezembro de 2017, sendo nossa equipe pioneira no estado do ES nesse procedimento. A ESG é bem menos invasiva (menos risco), sem incisões cirúrgicas (sem cortes), rápida (cerca de 60 minutos), menor perda financeira-social (alta no mesmo dia da cirurgia e rápida recuperação), não necessita uso contínuo de vitaminas e proporciona ao paciente um emagrecimento de cerca de 20% do seu peso e de forma “definitiva”. A chave para o sucesso do tratamento é o mesmo das outras formas de tratamento da obesidade, a terapia multidisciplinar envolvendo endocrinologista, nutricionista/nutrólogo, psicólogo e educador físico.
O balão intragástrico é o tratamento endoscópico da obesidade mais estudado e realizado em todo o mundo. Utilizado no Brasil há mais de 20 anos, ganhou força em 2015 com a liberação nos EUA pelo FDA dos dispositivos atuais mais modernos e seguros. É uma excelente opção associado ao tratamento multidisciplinar para ajudar na perda de peso saudavelmente. Procedimento de baixo risco, realizado totalmente por endoscopia, sem cortes e o paciente recebe alta logo após o procedimento. Após o período inicial de adaptação ao balão que dura de 2 a 5 dias o paciente já deve iniciar a atividade física e dieta orientada pela nutricionista e/ou nutrólogo.
Existem no mercado diversas marcas, mas nossa clínica opta pelo balão Orbera®, pela segurança e confiabilidade. O sistema Orbera® é aprovado no Brasil para pacientes com sobrepeso e obesidade, ou seja, com IMC acima de 27 Kg/m2 e para permanência de 6 meses. Uma nova opção é o balão ajustável Spatz 3®, que tem a vantagem de o volume do balão ser ajustável após a colocação e ser aprovado para permanência de até 1 ano. Porém, como desvantagem, tem um risco relativo um pouco maior de causar úlceras no estômago. Portanto, se está em busca de uma mudança no estilo de vida e hábitos mais saudáveis procure um médico especialista para ajudar na sua escolha no melhor método de emagrecimento.
A Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, ou simplesmente CPRE, é hoje um procedimento cirúrgico-endoscópico indicado para avaliação diagnóstica e principalmente no tratamento das doenças que acometem as vias biliares (canal que drena a bile do fígado e vesícula biliar para o intestino) e vias pancreáticas (canal do pâncreas, canal que dreno o “suco” pancreático para o intestino).
A CPRE é realizada introduzindo-se pela boca até o duodeno um aparelho flexível com visão e iluminação lateral que permite a introdução de um cateter plástico pelo orifício de abertura desses canais (papila duodenal ou de Vater) a fim de avaliar radiologicamente a anatomia das vias biliares e pancreáticas, pela administração de contraste radiopaco seguido de radiografias seriadas do abdômen. Durante o procedimento, normalmente são realizados procedimentos terapêuticos a depender do diagnóstico. Incluindo papilotomia (secção-corte longitudinal da papila e de pequenos músculos-esfincteres) com papilótomo e bisturi elétrico, retirada de cálculos (pedras) com balão extrator ou cesta tipo basket, drenagem de estenoses (estreitamentos) inflamatórios ou tumorais por dilatação com sonda-balão ou colocação de prótese endoscópica. Como é um método invasivo, não é isento de riscos. Os principais de acordo com portal da Sociedade Brasileira de Endoscopia (www.sobed.org.br) são dor e distensão abdominal, pancreatite (complicação mais frequente, ocorre de 1a 7% dos casos em média), perfuração, sangramento, infecção (colangite) e até impossibilidade de realizar o tratamento pela via endoscópica.
Quando o paciente apresentar cálculos na vesícula biliar e no colédoco (canal da bile) o ideal é o tratamento conjunto. Realizando no mesmo procedimento o retirada da vesícula por cirurgia (colecistectomia videolaparoscópica) e a retirada do cálculo do colédoco por endoscopia (CPRE) diminuindo bastante o risco ao paciente e agilizando o procedimento e a recuperação, pois resolve tudo em apenas uma operação - anestesia.
Pedra ou cálculo da vesícula é uma doença bastante comum, cerca de 10% das pessoas tem pedra (cálculo) na vesícula. Portanto, mais de 10 milhões de brasileiros tem esse problema. A bile é produzida no fígado e é eliminada no intestino ajudando na digestão de alimentos gordurosos. Ela contem várias substâncias, entre os quais colesterol e pigmentos, que podem aumentar na bile e acabar depositando na vesícula. Com o passar dos meses e anos, estes depósitos de unem e formam pedras (cálculos). O tamanho é variável de 1mm (grão de areia) até 10-15 cm (laranja) e podem estar estar presentes na vesícula biliar (tratados com remoção cirúrgica - Colecistectomia por vídeo) ou na canal que leva bile ao intestino - colédoco (tratados preferencialmente por remoção endoscópica - CPRE).
A única forma de tratamento para pedra ou cálculo na vesícula é a retirada da vesícula biliar, ou seja, a cirurgia (colecistectomia). Atualmente o tratamento da pedra na vesícula é muito simples e seguro, desde que o paciente seja operado antes de ocorrer qualquer complicação decorrente da pedra na vesícula como inflamação (colecistite aguda), migração do cálculo para canal da bile (causando pancreatite, icterícia e colangite) entre outras. A retirada da vesícula pode ser facilmente realizada por via laparoscópica na maioria dos pacientes ("operação do furinhos”) com baixas taxas de complicações e rápida recuperação.
A Doença do Refluxo Gastroesofágico - DRGE ou "Refluxo" ou ainda "Esofagite" é causada por uma fraqueza na transição do esôfago com o estômago, que acaba permitindo aberturas transitórias desse esfíncter promovendo o refluxo ácido do estômago para esôfago. A cirurgia antirrefluxo é realizada uma válvula com o fundo do estômago (fundoplicatura) justamente na transição esofagogástrica para impedir que o conteúdo gástrico retorne ao esôfago provocando a famosa queimação na boca do estômago que sobe para o peito - azia. A cirurgia atualmente é realizada por videolaparoscopia, com 5 pequenos cortes no abdômen e baixo risco de complicações, com altas taxas de resolução dos sintomas do refluxo.
A DRGE, popularmente chamada de “refluxo”, é a doença mais prevalente no consultório do gastroenterologistas, cerca de 12% da população possuem DRGE e muitos são usuários dos chamados IBPs (Omeprazol, Pantoprazol, Esomeprazol, Rabeprazol e Dexlanzoprazol). Porém, recente estudo publicado em 2017 mostrou que o uso crônico do Omeprazol aumenta o risco de câncer de estômago. Essa noticia, apesar de não ser o que ocorre com alguns pacientes tem levado muitos pacientes a procurarem outros tratamentos que resolvam o “refluxo" sem essas medicações. Atualmente as duas melhores opções são o tratamento cirúrgico por vídeo ou o tratamento por endoscopia por radiofrequência chamado Stretta®. Esse último realizado sem internação, alta no mesmo dia, rápido retorno ao trabalho e com bons e duradouros resultados. O princípio do procedimento é através da aplicação da radiofrequência na transição esofagogástrica estimula o espessamento muscular nessa região. Consequentemente é funcionalmente refeita a válvula que impede o refluxo.